Antes de entender a raiz da fake news, que tem consequências ainda nos dias de hoje, é necessário observar alguns pontos da comunicação dentro do plano de Deus.

Nós, seres humanos, imagem e semelhança do Criador, somos capazes de expressar e compartilhar o verdadeiro, o bom e o belo. Porém, mesmo diante da capacidade e dos instrumentos que o Senhor nos concede, podemos usar de modo distorcido a própria faculdade de comunicar.

A principal consequência dessa distorção é a alteração da verdade, tanto individual como coletiva. Hoje, no contexto de uma comunicação cada vez mais rápida, imediatista e dentro de um sistema digital, assistimos ao fenômeno das “notícias falsas”.

A expressão fake news diz respeito à desinformação transmitida on-line ou nos mass-media tradicionais. Assim, a referida expressão alude à informações infundadas, baseadas em dados inexistentes ou distorcidos, tendentes a enganar e até manipular o destinatário. A sua divulgação pode visar objetivos prefixados, influenciar opções políticas e favorecer lucros econômicos.

O Papa Francisco nos recorda e ensina que a primeira notícia falsa está no livro do Gênesis. “Desde logo, essa fake news apresenta uma específica técnica de implementação: camuflar e morder em qualquer lugar. Trata-se da estratégia utilizada pela serpente: a qual se tornou, nos primórdios da humanidade, artífice da primeira notícia falsa, que levou às trágicas consequências do pecado.” 

‘’Apresentando uma argumentação com uma aparência credível ‘o tentador’ do episódio do texto sagrado demonstra que nenhuma desinformação é inofensiva; antes pelo contrário, fiar-se daquilo que é falso produz consequências nefastas. Mesmo uma distorção da verdade aparentemente leve pode ter efeitos perigosos’’.

O Santo Padre também nos desperta para o discernimento profundo e cuidadoso, pois as notícias falsas são hábeis a capturar a atenção dos destinatários baseando-se em estereótipos e explorando emoções imediatas. 

Desta forma, as notícias falsas podem promover uma lógica de desinformação que provoca o descrédito do outro, apresentando-o como “inimigo” e dando espaço ao fomento de conflitos.

O único verdadeiramente fiável e digno de confiança é Jesus, o Deus vivo, que nos diz: “Eu sou a verdade”. “Sendo assim, o homem descobre sempre mais a verdade, quando a experimenta em si mesmo como fidelidade e fiabilidade de quem o ama. Só isto liberta o homem” – afirma o Papa.

Que possamos nos manter fiéis ao projeto de Deus, para que a comunicação se torne lugar de exprimir a própria responsabilidade na busca da verdade e na construção do bem, visto que cada um possui o seu papel na comunicação da verdade!

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