A Igreja, como mãe e mestra, nos conduz a uma pedagogia que move o coração do homem na direção do Céu. A Quaresma faz parte dessa pedagogia de amor.

O tempo quaresmal é um tempo especial dedicado a uma renovação espiritual, tempo de vigilância e conversão. Neste tempo, somos convidados a passar 40 dias meditando a Paixão de Nosso Senhor.

A quaresma nos conduz ao encontro da nossa verdade interior, para que assim, tenhamos certeza da nossa dependência da graça e do auxílio de Deus. Ademais, este caminho leva-nos a irmos ao encontro do homem novo, que ressurge na páscoa.

Também somos orientados a praticar o jejum, a esmola e a oração. Essas três práticas servem para “matar” o homem velho dentro de nós e abrir o nosso coração à graça santificante.  O jejum mortifica a concupiscência da carne, a esmola mortifica a concupiscência dos olhos e a oração mortifica a soberba da vida.

Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela oração e pelo jejum. Da mesma forma a Igreja quer ensinar-nos como vencer as tentações de hoje.

Nessa dinâmica, a nossa alma vai se identificando mais depressa à vontade do Divino Mestre. Com essa força, tornamo-nos mais resistentes às tentações, às concupiscências da carne e dos olhos e à soberba da vida.

Embora este seja um tempo de oração e penitência mais profundas, não deve ser um tempo de tristeza, ao contrário, pois a alma fica mais leve e feliz. O prazer é satisfação do corpo, mas a alegria é a satisfação da alma.

Santo Agostinho dizia que “o pecador não suporta nem a si mesmo”, e que “os teus pecados são a tua tristeza; deixa que a santidade seja a tua alegria”. A verdadeira alegria brota no bojo da virtude, da graça; então, a Quaresma nos traz um tempo de paz, alegria e felicidade, porque chegamos mais perto de Deus.

Não podemos nos esquecer ainda, que o tempo da Quaresma é também o tempo de Nossa Senhora, a mulher do Apocalipse que se retirou para o deserto, a fim de vencer o dragão, a serpente maligna que pretendia devorar seu Filho.  Peçamos, pois, o auxílio da Mãe Divina e vivamos esses quarenta dias na expectativa de novos céus e nova terra, no dia da Ressurreição.

Que possamos viver bem a Quaresma para participar bem da Páscoa do Senhor, enriquecendo a nossa alma com as suas graças extraordinárias!

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